Que história de vida esta de Pinto da Costa, que sempre foi mais do que um simples presidente. Desde os tempos em que pegou no clube como quem cuida de um filho até hoje, aos 87 anos, em que luta contra um cancro na próstata, Pinto da Costa carrega a história do FC Porto no coração. Mas agora, ao que parece, chegou um daqueles momentos em que a força lhe começa a falhar, e o peso dos anos e da doença o obrigam a refugiar-se em casa, longe do clamor dos estádios e das vitórias.
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Tudo parecia bem no lançamento do seu último livro, Azul Até ao Fim, onde se emocionou perante milhares de adeptos, numa noite carregada de aplausos, memórias e até lágrimas. Contou com os amigos de sempre, menos com o filho Alexandre, afastado do pai há já mais de dois anos. A noite foi de festa, mas para quem conhece Pinto da Costa, o tom nostálgico foi como uma despedida. Ele próprio admitiu que desejava ver os amigos e a família enquanto tivesse forças para isso, quase como quem pressente que o final se aproxima.
Segundo uma fonte próxima da família, o estado de saúde do presidente tornou-se preocupante. Pinto da Costa tem estado em casa, rodeado pela filha Joana e pela companheira, Cláudia Campo, que têm sido a sua âncora. Até o próprio livro traz dedicatórias a Cláudia, reconhecendo o apoio que ela lhe tem dado nos últimos anos.
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Quanto ao filho Alexandre, a relação continua fria, uma dor que Pinto da Costa parece levar no coração, mas sem esperanças de reconciliação.
O livro, aliás, revela um Pinto da Costa emotivo, já a escrever como quem se despede. Fala da saudade dos que partiram, como a mãe e dois irmãos, e até confessa um desejo de se reencontrar com eles. Nos últimos anos, as perdas sucederam-se e, agora, o outrora homem forte do Dragão começa a admitir que um dia também ele terá de partir. E, num último momento de emoção, pediu aos que o amam que guardem a melhor imagem dele, sem lágrimas, quando chegar o inevitável.
O FC Porto prepara-se para esse momento, e os portistas já sentem a falta de ver o seu antigo presidente em campo. Na realidade, talvez nunca voltem a ver Pinto da Costa na linha da frente, mas todos sabem que o seu legado fica.
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